(AL): Fale-nos mais dessa viagem de veleiro. Foi uma viagem de veleiro em solitário, e durou quanto tempo?
(RC): Bom, da passagem da Cidade do Cabo (África do Sul) até Cabedelo (Paraíba-Brasil) éramos 4 pessoas: 3 mulheres comigo e meu esposo como capitão da embarcação. Essa viagem durou uns 45 dias devido ao pouco vento e por não querermos fazer muito o uso do motor, pois a embarcação era a vela e a motor. Depois de Cabedelo até Trinidad éramos 3, duas mulheres comigo e o capitão . Essa viagem com parada na Isle de Salut ( Guiana Francesa) levou uns 15 dias e por último de Trinidad até Grenada (aproximadamente umas 15 horas de viagem) foram só eu e o capitão.
(AL): Então já tinha decidido que iria morar nessa ilha de S. Jorge, ou foi mero acaso? Fale-nos mais dessa ilha.
(RC): Foi mero acaso. Nossos planos era ir para navegar a costa do Brasil até chegar na Patagônia-Argentina. Mas infelizmente (ou diria felizmente) tivemos que mudar os planos devido a problemas burocráticos.
Mas valeu a pena virmos para Saint George ‘s , em inglês que é a capital e a maior cidade de Granada. Está situado numa pequena península na costa sudoeste da ilha do mesmo nome. Foi capital da antiga colônia britânica das ilhas de Barlavento e tem paisagens e praias magníficas, sendo um destino turístico muito importante das Caraíbas.
(AL): Como foi a sua adaptação nesta cidade, com uma língua e cultura diferente da brasileira?
(RC): Não foi difícil, muito pelo contrário. Como eu já tenho contato com a língua inglesa desde 2002 não dificultou em nada. Além do mais, ela me lembra muito a Cidade do Cabo e Cabedelo. Cidade do Cabo (na África do Sul) por sua população ser descendentes de escravos vindos do continente africano e Cabelo (Brasil) pelo clima idêntico durante todo o ano. A diferença é que estamos no hemisfério norte e quando aqui é verão no Sul é inverno. Mas uma curiosidade para mim é que são pouquíssimas ou quase nenhuma pessoa que reside na ilha que falam a língua portuguesa, a não serem os turistas e algumas que decidiram ficar por aqui como eu, mas descobri que a ilha teve influência do Patuá, como também o Creoulo, onde hoje são raríssimas as pessoas que as falam, pois, a língua oficial é o inglês.
(AL): Estes prémios que recebeu alteraram a sua rotina nesta ilha, que por não ser grande como a região de onde veio, de João Pessoa, quase todos os habitantes da ilha se conhecem?
(RC): Não muito. Apenas fiquei mais conhecida. Isso me ajudou e está ajudando a divulgar os meus trabalhos.
AL): Que outros projetos tem previstos executar para o ano de 2022?
(RC): Em 2022 tem muita coisa por vir. Já iniciei projetos novos. Tenho um terceiro livro já pronto para ser lançado em Janeiro de 2022, pois como o dia dos namorados estará por vir (14 de Fevereiro) será uma grande oportunidade para os enamorados adquirirem tempo.
Além de ser escritora e poetisa bilíngue, agora posso acrescentar compositora, à minha biografia. Estou em estúdio com uma cantora local que acabei descobrindo e estamos nessa parceria. Com músicas a serem apresentadas ao público também no início de 2022. E por aqui não pára.
Para saber mais sobre Granada podem visitar o site : www.puregrenada.com e sobre a autora :
Nas redes sociais Facebook e Instagram @renataclarkegray_ e @shadesofclarkegray (onde mostra os seus trabalhos), blog: www.shadesofclarkegray.blogspot.com e por email: shadesofclarkegray@gmail.com
Poderão adquirir os livros da autora: Sunset & Poetry e Sunset & Poetry Bilingual (English and Portuguese) pela a Amazon
Entrevista: Augusto Lopes
Fotografias: Arquivo RC