Neste 10 de junho, celebramos com orgulho o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas — uma data que nos liga a todos pela língua, pela cultura e pela memória coletiva de um povo que tem sabido construir pontes pelo mundo fora.
A comunidade portuguesa na Suíça é exemplo vivo dessa ponte. Com o seu trabalho, dedicação e espírito solidário, tem honrado Portugal e contribuído ativamente para o enriquecimento social, económico e cultural do país que a acolheu. A vossa ligação à terra natal é um testemunho de identidade e de pertença que muito nos orgulha.
Este ano, para além de continuarmos a evocar os 500 anos do nascimento da mais eminente figura da literatura nacional, Luis Vaz de Camões, celebramos também a passagem dos 200 anos do nascimento de Camilo Castelo Branco, mestre do romance e profundo retratista da alma humana, e dos 100 anos do nascimento de Carlos Paredes, génio da guitarra portuguesa, cuja música deu voz à saudade e à esperança que tão bem nos definem. Evocá-los é homenagear o espírito criador de Portugal e reconhecer como, através da arte e da palavra, o nosso país se fez e se faz presente no mundo. São três personalidades maiores da cultura nacional, que, em diferentes tempos e formas de expressão, elevaram a língua e a sensibilidade portuguesas, conferindo-lhes novos sentidos e uma profunda ressonância estética, literária e musical.
Celebrar Portugal é transmitir aos mais novos a nobre língua pela qual Camões tão bem se soube exprimir, e difundi-la de forma constante e estruturada, nos cinco continentes onde já é falada por mais de 260 milhões de falantes em todo o mundo indo atingir no final do século perto de 400 milhões. Procurem tirar o máximo partido de termos na Suíça dezenas de docentes nativos de língua portuguesa, representativos de um forte investimento anual do Estado Português e o facto conhecido e provado que um jovem multilingue, será sempre um ator mais bem preparado, dotado com recursos acrescidos para ter sucesso profissional e social.
Celebrar Portugal é ser partícipe na promoção e divulgação da nossa cultura e história, acompanhando a ação do ensino junto dos mais jovens, mas também as ações culturais que associações e outras entidades, possam e queiram organizar na Suíça.
Celebrar Portugal de forma livre, mas moderna, tem também de acontecer numa Suíça diversa, cabendo a cada um fazer valer os seus direitos e cumprir as suas obrigações junto das entidades locais e das autoridades portuguesas.
Celebrar Portugal é sermos difusores da imagem de uma Nação moderna, de raiz e história europeia, aberta ao Mundo.
Celebrar Portugal é sermos cumpridores dos nossos deveres cívicos, mas também agentes vivos de participação cidadã na vida cívica e política locais, e defensores da vida em liberdade e democracia, em particular quando a Europa e o Mundo atravessam desafios de enormes proporções.
É no quadro de um espírito de união entre povos e de respeito mútuo que saudamos o compromisso comum de Portugal e da Suíça com os princípios fundamentais do direito internacional. Ambos países partilham a firme convicção de que o mundo deve ser guiado pelo respeito pelo Estado de Direito, pela soberania dos Estados, pelo diálogo como via de resolução de conflitos, e pela solidariedade com os mais frágeis. Defendemos, juntos, o Direito Internacional Humanitário como pilar da convivência pacífica entre nações. Num tempo em que tantas certezas são abaladas, é essencial recordar que a paz, a justiça e a dignidade humana devem estar sempre no centro da ação internacional — e que cada gesto de cooperação é um passo firme contra o esquecimento, a indiferença e o medo.
A todos saúdo pelo arrojo das vossas vidas, pela tenacidade na integração, quantas vezes com desafios incontornáveis que souberam vencer, sem nunca descurar a ligação à Pátria e, por isso, também, por continuarem a ser admirados e elogiados pelas autoridades suíças.
Viva Portugal
Júlio Vilela